
Associação argumenta que modelo híbrido é essencial para levar a nova tecnologia a regiões remotas do país
A Associação Brasileira das Empresas de Telecomunicações por Satélite (Abrasat) publicou uma carta aberta em que reforça a necessidade de incluir a transmissão via satélite na regulamentação da futura TV 3.0. A entidade aponta que essa tecnologia é crucial para garantir o acesso ao sinal de televisão a cerca de 15 milhões de lares — o que representa cerca de 20% dos domicílios brasileiros — que dependem exclusivamente da infraestrutura satelital.
A proposta apresentada pela associação defende a adoção de um modelo híbrido, que combine transmissões terrestres e via satélite. Segundo a Abrasat, esse formato poderia viabilizar uma cobertura nacional imediata e com menor custo, superando os desafios enfrentados na implementação inicial da TV digital, que foi feita de forma escalonada.
Proposta técnica
Como solução tecnológica, a Abrasat sugere o uso do padrão DVB-NIP (DVB Native IP) para as transmissões via satélite da TV 3.0. Essa tecnologia permite a entrega de conteúdo diretamente em IP, o que facilita a integração com televisores inteligentes, set-top boxes e dispositivos conectados à internet. Com isso, seria possível oferecer programação em resolução 4K, áudio imersivo e recursos interativos que unem transmissão aberta e conectividade de banda larga.
A entidade também destaca a vantagem de reutilizar antenas parabólicas já presentes em milhões de residências que utilizam atualmente o sistema TVRO em banda Ku. Isso permitiria uma migração mais acessível e simplificada para a nova geração de televisão digital, desde que os receptores sejam compatíveis com o novo padrão.
Integração e interoperabilidade
Ainda segundo a Abrasat, o modelo de TV 3.0 transmitido por satélite será totalmente baseado em IP, eliminando a necessidade de conversões para padrões antigos. A associação ressalta que o DVB-NIP é compatível com uma variedade de plataformas, o que garante que o conteúdo enviado às emissoras locais será o mesmo que chega ao telespectador final, mantendo a qualidade e a uniformidade da transmissão.
Além disso, a implantação simultânea das soluções terrestre e satelital traria mais agilidade à adoção da nova tecnologia em todo o território nacional, além de fortalecer a segurança da rede de distribuição de sinal.
Por fim, a Abrasat reafirma seu compromisso em colaborar com o governo e os demais atores envolvidos na elaboração do decreto da TV 3.0, reforçando que a inclusão do satélite nesse processo é essencial para garantir o acesso universal à nova televisão digital.
0 Comentários